O sonho de liberdade do Sabiá.


Sabiá barranqueira estava namorando uma linda sabiazinha do peito amarelo. Em uma manhã estavam no galho da laranjeira a conversar:

a conversar


- Sabe minha amada, assim que casarmos vamos morar na cidade.

- De jeito nenhum! Eu não troco a mata por nada.

- O Compadre canário foi de mudança para lá , construiu um lindo ninho apartamento no cume de uma linda casa. A comadre deve ter seus filhinhos logo por esses dias, ele me contou que a casa é bem protegida e com bastante fartura, uma piscina enorme pra eles tomarem banho. É tudo o que pedi a Deus. Nós podemos fazer uma visita e se você gostar ficamos por lá.

O sonho de liberdade do Sabiá.


- Eu já te disse, não saio daqui por nada, ainda mais têm nossos pais que precisam de nós.

- Mulher não seja tão teimosa. Faz o seguinte, eu vou lá dar uma espiada se for tudo como imagino venho te buscar.

- Faz como quiser, mas eu repito, que daqui não saio, daqui ninguém me tira.

- Deixa de ser teimosa, tudo o que faço é pensando em nós dois.

No dia seguinte se despediu de sua amada, dos parentes e voou rumo a cidade.

Ao chegar tudo parecia lindo. O compadre o recebeu com enorme alegria e foi mostrando a enorme casa que construiu.

voou rumo a cidade.


O sabiá olhava atentamente e adorou tudo, planejou fazer sua morada em um enorme buraco que viu no muro da casa da frente.

Depois de muito tempo viajando o sabiá estava cansado e adormeceu.

olhava atentamente


Logo que o dia clareou ouviu o cantar de sua espécie. Era um sabiá laranjeira que disse:

- Bom dia meu amigo! É feliz aqui?

- Sou o mais feliz dos pássaros.

Tudo parecia perfeito, saiu a procura de novidades.

saiu a procura de novidades


Uma coisa lhe chamou a atenção uma casinha sem morador com uma portinha aberta, cheia de comida e pronta para morar. Curioso entrou, um menino veio e o trancou. Ficou aprisionado. Se debatia, gritava e ninguém chegava perto. Perguntou:

Ficou aprisionado


- Menino, por que me prende aqui?

- Eu quero que ver você cantar pra mim.

- Eu não posso, só canto para minha amada, que vive longe, lá na floresta.

- Você tem que cantar, pois daí você nunca mais sairá.

Todos os dias lembrava de sua amada, pensava:

- Se eu tivesse escutado seus conselhos não estaria passando por este apuro.

Quando o menino vinha lhe trazer comida:

- Por favor, me liberte, tenho que voltar para as asas de minha amada!

- Daqui você não sai, pois alegra meus dias!

O sabiá cantava um canto triste de dar dó, a melodia só encantava o menino.

Ninguém se compadecia, ninguém ajudava. Só restava pensar em sua amada.

- Será que ela pensa em mim? Será que já arrumou outro companheiro?

Uma manhã o menino foi lhe dar uma laranja e esqueceu a portinha da gaiola aberta, ele aproveitou e fugiu. Voou em grande velocidade, não olhou para trás.

não olhou para trás


Foi direto para a floresta. Avistou sua mãe e seu pai, e também seus irmãos que o receberam com muita alegria. Perguntou de sua amada, com muito medo que ela tivesse o esquecido. Todos disseram:

Perguntou de sua amada


- Olhe, ela está vindo.

A sabiá ao ver o sabiá sentiu seu coração bater tão forte, ela voou ao seu encontro. Se abraçaram. Era tanta saudade.

O sabiá ficou tão feliz de saber que a amada não o havia esquecido. Ela ficou esperando por ele.

O pássaro contou para todos a maldade que fizeram com ele e prometeu que nunca mais sairia em busca de aventuras. Se casou e hoje vive com sua amada na simplicidade, mas muito feliz.
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