Gaspar era um homem triste que morava no circo, era doce e gentil com as pessoas, mas tinha um vazio dentro de si que não sabia de onde vinha.
Tinha uma dupla personalidade, era só pintar o rosto de palhaço que virava o pinga gota, alegre e feliz fazia todos darem risadas, ninguém ficava triste ao seu lado, fazia mágicas como ninguém, adorava tirar rosas do coração para dar as meninas.
Quando começava o espetáculo, ele surgia no ar, descia pelo trapézio, gostava de andar com pirulito na boca, tinha uma pequena sacola cheia deles para dar para as crianças, fazia piadas engraçadas, tinha um velocípede que mal cabia uma criança, mas ele andava nele todo espremido, era hilário, também tinha uma gaita que tocava lindas melodias.
Quando lavava o rosto e tirava a maquiagem voltava ser o homem triste, todos do circo queriam saber o motivo da diferença entre o palhaço e o homem, mas ele não se abria com ninguém.
A bailarina Sílvia era a melhor amiga de Gaspar faziam dupla no trapézio. Ela também gostava de fazer malabarismos no circo era uma espécie de faz tudo.
Um dia apareceu no circo um juiz que trazia um papel, carta da mãe verdadeira do palhaço, todos ficaram sabendo o motivo de tanta tristeza, ele tinha crescido em um orfanato, longe dos carinhos de mãe.
Ao ler a carta seu olhar se encheu de esperança, a muito procurava por sua mãe e o juiz ajudava nessa busca. A cartinha que dizia:
- Quero te encontrar!
Marcaram o encontro ali mesmo, no circo, no dia seguinte, em noite de espetáculo.
Na hora marcada tudo tinha um clima diferente, no meio de tantas pessoas estava uma senhora com o rosto marcado pelo tempo, que chorava com as palhaçadas, era a mãe do palhaço.
No meio do espetáculo, Pinga Gota tirou uma rosa do coração e entregou a senhora, que o abraçou imediatamente, ninguém entendia nada, só os dois sabiam o que se passava.
O espetáculo acabou e Gaspar pode conhecer melhor sua história, aqueles olhos tristes se transformaram, pois sentiu o amor de mãe que tanto almejava, nunca mais foi o mesmo, um palhaço que aprendeu a sorrir.
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