No meio do bosque existia um ser encantado com corpo de homem e cabeça de bode. Uma bruxa má se apaixonou pelo bode, mas não sendo correspondida separou a cabeça de seu amado do seu corpo.
Ao final do bosque a bruxa com seus poderes ergueu suas mãos e pronunciando palavras mágicas construiu um labirinto. Não qualquer labirinto, mas o maior labirinto e também o mais perigoso que já existiu.
A bruxa estava muito irada. Com sua vassoura mágica voou até o final do labirinto e colocou lá a cabeça do homem. Ergueu novamente suas mãos e com seu poder criou uma proteção sobre o labirinto que impedia que qualquer pessoa voasse sobre o local.
Para que o homem não ficasse perdido pelo mundo e sem cabeça a mulher má permitiu que um unicórnio cuidasse de seu amado.
- Não me amas, pois bem! Somente um amor verdadeiro e que percorra todo o labirinto poderá te libertar desta maldição.
Com o tempo o homem até se acostumou com a nova vida e era até feliz. Com ajuda do unicórnio fez uma linda casa, plantou muitas rosas de várias cores, cuidava dos animais do bosque e cavalgava com seu unicórnio branco, como se fosse um anjo.
Um dia estava sentado no telhado de sua casa sentindo a natureza escutou uma voz que gritava:
- Socorro! Socorro!
Sem nem pensar, correu para ajudar. Era uma mulher. A moça ao ver alto tão inimaginável ficou muito assustada e desmaiou sobre os braços do homem. Ele a levou para sua casa e cuidou da moça até que ela se recuperasse.
- Meu nome é Dália, uma bruxa aprisionou meus pais em um labirinto e se apossou de nossas terras. Eu fugi e me escondi no bosque. Ao avistar sua casa resolvi pedir por ajuda.
O homem mesmo não tendo cabeça conseguia se comunicar.
- Sempre está bruxa.
- O senhor a conhece?
- Sim, ela fez a mesma coisa comigo.
- Nossa moço, o que de ruim ela lhe fez?
- Vou lhe contar. Meu nome é Eurom vivia em um castelo bem perto daqui. A bruxa se apaixonou por mim e como não correspondi ela fez uma magia e trocou minha cabeça com a de um bode.
Euron ficou triste ao lembrar de tudo o que tinha lhe acontecido. E continuou:
- Mesmo assim não me entreguei e a malvada separou minha cabeça de meu corpo.
Subiu em sua vassoura e fez o labirinto. Voou até o final e lá colocou minha cabeça de bode. Não tenho como entrar e preciso de ajuda.
- Nossa, eu estava tão apavorada que não percebi nada disso, me desculpe
A jovem abaixou sua cabeça e um silêncio tomou conta do lugar.
- Eu posso te ajudar. Irei recuperar sua cabeça, mas me prometa que depois irá me ajudar.
- Podemos tentar, mas agora descanse, amanhã conversaremos sobre isso.
No dia seguinte ela estava bem disposta. Era uma moça linda com cabelos pretos bem cumpridos e com o olhar da cor de mel. Seu sorriso doce transmitia alegria.
O homem e seu unicórnio fizeram um lindo banquete para a visitante, com frutas bem fresquinhas, colocou flores pela casa inteira e fez com que um perfume suave se espalhasse pelo ar.
- Vamos tomar café?
Conversaram e decidiram atravessar o labirinto. Para não se perderem, pediram ajuda a seu amigo unicórnio que sugeriu um barbante enorme, eles assim fizeram.
Amarraram uma ponta na entrada e foram desenrolando o fio por onde passavam, assim não se perdiam até que encontraram o fim. Lá estava a família de Dalila, todos presos em uma parede.
No local mais alto e em uma redoma de vidro estava a cabeça de bode.
Euron libertou os pais da moça, quebrou o armário e o feitiço se desfez recuperando sua forma normal.
O unicórnio sugeriu que pegassem um pedaço de seu chifre fizessem uma faca e cortassem o cabelo da bruxa, só assim ela perderia seu poder.
Enquanto a bruxa dormia Euron cortou o cabelo. Era como olhar o fogo se apagando.
Sem forças e poder aprisionaram a bruxa em seu próprio labirinto e fecharam a entrada.
Euron se casou com Dália e foram morar juntos no bosque.
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